segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Engine Overheat

O Sábado foi fraco em térmicas mas com muitos baptismos e ainda um voo a "enrolar chouriços". Ao fim da tarde ainda fiz um voo com um passageiro que pediu um voo acrobático e lá subimos aos 600 metros para fazer uns stalls, vrille, tight turns, chandelle. O Rallye anda com problemas de overheat. Com a altitude do aeródromo e as altas temperaturas que se fazem sentir a nossa "mula" anda a aquecer demais, o que obriga a fazer uma pausa de 15 min entre cada reboque.
Como não podia deixar de ser, voltei a levar a minha cara metade aos céus. Pena foi que durou apenas os 20 minutos da praxe (assim como todos os outros voos do dia), mas já foi bom.
Domingo, a história foi diferente.....No primeiro voo fui à pendura com o "nugget" e depois de largarmos cabo foi sempre a descer. Já no segundo voo, vou no lugar traseiro e levo o "meia asa" para o que seria apenas um voo de sobe e desce para adaptação ao Blanik. Acabou por se tornar num voo de 1 hora e 45 minutos onde atingimos os 1700 m QFE (o dia não dava para mais). Lá dei umas dicas de como entrar em térmica, centrar a térmica, saída da térmica e posteriormente transição para voo nivelado, manter rumo e velocidade. Lá fomos para o outro lado do rio Sabor, tendo depois seguido o curso do rio até à Ponte de Remondes. Neste local encontramos descendentes fortes. Peguei nos comandos e rumei para o aeródromo pois a viagem ia ser feita contra o vento (tinhamos cerca de 3 nós = +/-6Km/h). Lá chegamos ao aeródromo com 1250 metros. Fomos de encontro à térmica de serviço do aeródromo e lá subimos para os 1500 metros.
Mais umas voltas para descontrair e o "meia asa" pede para fazermos uma perda. Claro está, fui um "S.O.B" e perguntei-lhe se sabia os procedimentos para executar a técnica. Depois de um pequeno crash course, fiz uma demonstração do stall e a seguir passei-lhe os comandos para ele fazer. Até não se portou mal o rapaz.....à parte dos procedimentos mas pronto.....com tempo ele chega lá. Depois para a aterragem, foi só corrigir umas coisitas das quais o "meia asa" ainda descora mas pronto.
Depois de aterrar, como bónus ficou a arrumar o planador, pois como se diz na minha terra, não é só "chegar e montar a burra".

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Another day

Ora bem! Sábado de manhã foram 3 voos para adaptação ao Blanik de um certo noobie que acabou de receber as asas. No terceiro voo consegui fazer enjoar o noobzóide enquanto andavamos numa térmica! De referir que foi a primeira vez que fiz enjoar alguém.
De tarde fiz um voo com o meu amigo Pedro Ferreira. O dia estava esquisito! Dia quente, térmicas azuis mas difíceis de enrolar com descendentes muito fortes. Foi daqueles dias em que tudo parece estar óptimo mas por qualquer factor desconhecido, as térmicas não estavam consistentes. Para ajudar à festa o Rallye continua a aquecer muito (é devido às altas temperaturas que se fazem sentir) o que nos leva apenas aos 300 ou 400 metros QFE. Só no segundo voo, cerca das 16h é que consegui apanhar umas térmicas consistentes e subi até aos 1000 m QFE; sendo um baptismo e a passageira ter dito que se sentia desconfortável com a altitude. Segui para Mogadouro e voltei para o aeródromo. No último voo do dia, também um baptismo, deu para aguentar 45 min mas com muita luta pois as térmicas já eram fracas e estreitas.
O Rallye vai fazer uns baptismos e entretanto arrumamos tudo dentro do hangar. Entretanto aparece um ULM (Tecnam P92 Echo), que se faz à pista 21 para um touch&go sem reportar no rádio nem nada! Ao mesmo tempo o Rallye está na final da pista 03. Quando o ULM repara que tem tráfego em frente, descola e faz uma volta pela direita.
Além de ser um completo desrespeito pelas regras do Ar (Anexo 2 da ICAO), a referida aeronave cuja matrícula não vou referir, invadiu espaço aéreo restrito.
Caros pilotos (especialmente pilotos de ULM's), leiam os NOTAM's, planeiem o voo como manda a lei e reportem quando estiverem a 5 nm do aeródromo. Não custa nada e toda a gente fica contente!

domingo, 16 de agosto de 2009

Thunderstorm

O fim-de-semana rendeu! 1 voo no lugar de trás do Blanik logo pela manhã, cerca das 11h, onde já se faziam sentir as primeiras térmicas a antever o magnífico dia que íamos ter. Ao longe já tinhamos CB's bem definidos mas era ao longo da linha do Douro e como as previsões apontavam para que o vento se mantivesse de Oeste não havia grande preocupação.
De tarde, faço um baptismo no Blanik. Após sairmos tive de largar cabo aos 400 metros devido ao sobre-aquecimento do motor do Rallye. A sorte é que engatei logo uma térmica forte a dar entre 4 a 5 metros por segundo. Foi num instante que subi até à minha altitude record.....2832 metros QFE (3531 metros QNH). Efectuei a transição para voo nivelado, meti 110 Km/h em direcção à Serra de Bornes,momentos depois como estava a dar térmica por todo o lado aumentei a velocidade para 120 Km/h. Entretanto as condições meteorológicas deterioram-se numa questão de minutos começa a chover na vila de Mogadouro e pouco depois no aeródromo.
Estou à vertical da aldeia de Lagoa a 2500 metros QFE e rumo para sul, aumentando a velocidade para 180 Km/h. Entretanto apanho chuva torrencial e o meu grande receio era apanhar granizo que pudesse quebrar o plexiglass. Opto por reduzir a velocidade para 100 Km/h mantendo o rumo. Após passar a "sopa" apanho ascendentes de 8 m/s; e aqui começo a pensar que estou a ser "aspirado" para dentro da nuvem (durante a manhã tinhamos discutido os procedimentos sobre como sair de uma situação de entrada inadvertida numa nuvem); aumento a velocidade para 200 Km/h e continuo a subir a 5m/s no entanto consigo sair dessa zona e aproveito um local que se encontra coberto mas sem precipitação e mantenho a posição fazendo círculos na zona, sempre com o aeródromo à vista e a tirar referências caso a visibilidade no aeródromo se torne muito reduzida. Era o único no ar e levava um passageiro que nunca tinha voado na vida mas que estava a adorar. Entretanto sou chamado no rádio para descer mas como está a chover intensamente no aeródromo reporto que vou aguentar um bocado a ver se as coisas acalmam (estou a 2600 metros QFE). Aproximo-me do aeródromo com os spoilers a 100% e velocidade de 100km/h e vou vendo uns relâmpagos (bem mais interessante ver lá de cima...if you ask me). À frente temos chuva torrencial e visibilidade diminuída. à vertical do aeródromo com 500 metros, inicio procedimentos de aterragem e entro no circuito. O vento está forte, variável e a pista encharcada. Opto pela 21 e faço um circuito curto, onde na final vejo-me obrigado a aumentar considerávelmente a velocidade devido ao vento ter mudado de repente e estar metido à pista. Entretanto, já com a pista assegurada, tendo manter-me na center line (o que é dificil devido ao vento estar constantemente a mudar). E pronto já parados, aguardei dentro do planador que a chuva passe para ajudarem a meter o "pássaro" no hangar (ainda estive cerca de 15 minutos).


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

WTF is this??

Sábado esteve um tempo lastimável, no entanto para compensar, Domingo foi muito bom. Fiz 2 baptismos de manhã. De tarde, descolei com o "nugget" para um voozito rápido, pois tanto ele como eu tinhamos outros compromissos com a respectivas familias.
Após largarmos cabo, lá vamos para uma zona onde estava a dar (supostamente) e lá subimos um pouquito......depois tudo desapareceu e lá fomos descendo...voltamos a subir alguma coisa mas pouco. Até que passei os comandos para o "nugget" que ia no lugar de trás. E não é que o rapaz já lhe apanhou o jeito!! Pois é.....mas mesmo assim houve uma altura que estavamos a 350 metros. Por sorte o "nugget" entrou numa térmica boa e lá começamos a subir. Entretanto aparece o Twin Astir e estamos todos na mesma térmica. Chegamos aos 1000 metros a continuamos a subir.
Num dia como este, onde não há praticamente vento nenhum à superficie, e a cerca de 500 metros temos vento com 6 kts (+/- 13km/h) o Blanik tem uma grande vantagem sobre o Twin Astir. Possui flaps o que permite termalizar a velocidades mais baixas (o ideal é entre 65Km/h e 70km/h), o que faz com que o raio de volta seja mais curto, no entanto, aumentamos o atrito.
Bem o que é certo é que a dada altura o SIE 3 reporta a termalizar na zona industrial e é então que o Twin Astir, abandona a nossa térmica para se dirigir ao local do SIE 3. Nos mantemo-nos a subir até aos 1200 metros QFE (segundo consta o Twin Astir não teve grande sorte na zona industrial).
Descolamos depois dos outros 2 planadores e somos os últimos a aterrar. Na zona de Penas Róias, conseguimos atingir os 1350 metros QFE, a grande custo, pois devido ao vento que se fazia sentir nas camadas superiores, as térmicas estavam todas com bastante inclinação em relação ao solo. (imaginem uma diagonal).
Escusado será dizer que 90% do tempo de voo foi o "nugget" a pilotar. Nos 1000 metros ainda peguei nos comandos e tentei termalizar mas parece que as térmicas não queriam nada comigo pois assim que passei os comandos ao "nugget" elas apareciam.
Ao menos deu para disfrutar o voo e divertirmo-nos lá em cima com as piadas que iamos mandando!